VERDE PÁSSARO PRESO
Emerson Gomes
Ora, em
qual estado estou atrelado?
A me ver
pasmado nesta quimera
Sem luz e
sem possibilidades de refúgio
Para
libertar-me dessa tortuosa prisão
Tão esmo
status vê-se em quadrado
Pairando o
grão do teu soberbo facão
Cortando
tentativas de imaginações
E dias
e sonhos em formas e cores
Mas somente
o vulgo do nobre
Desalinha o
emaranhado encéfalo
Desobstruindo
o surdo encarnado
Que lembram
as canções de ninar
E se em
inquietude atrelado estou
Rápido,
volto-me a minha básica cor
Livrando-me
do temido medo
Fechando-me
entre os tons da dor
Entre os
rios que minha veia corre
Sofro no
barco das correntes mortes
De uma veia
que entope os espasmos
Velando os
definhados fracassos
E da janela
os ventos sorrateiros
Trazem
fugas que não pairam ao sol
Mostrando
os tons todos escuros
De uma
história que acreditava ter luz
E quando me
lembro do verde que vesti
Jogo-me bem
longe dessa sujeira fria
Para
desbravar caminhos e outros rios
Desconsiderado,
não tenho celebrações
Longe de um
sorriso construtivista estou
E folhas
não gaiolas no caminho já tiveram
Uma
aceitação que o erro era um acerto
E ainda não
entendo os tolos devaneios
E nu me
entreguei ao ideal espelho
Para
entender a realidade do outro
Aí, visto-me certo que sonhos morrem
E mesmo não
feliz como outrora fui
Vejo as
linhas consideradas verdadeiras
Se perdendo
a quatro ou dezesseis mãos
Numa
carimbada soberba indelicadeza
Iludido,
agora não estou, parei, cansei
E alivio
minhas veias sobressaltadas
Que um dia
minhas pernas cansavam
E
corresponsável minha ação era feliz