AMENTIA
Emerson Gomes
Em Montanha-Russa
minha mente viaja
E os sonhos
passam e tentam ficar
Mas se
retrai aos desejos
Logo,
afetivamente a distância é fato
Camisa de
força, força...
Esperança!
Ao poucos
me perco, me acho
Desespero do
olhar de quem me vê
Melancolia
profunda, depressão, prisão
Socorro!
Pausadamente
existo. Será?
Continuamente
estou aqui...
Achei que
estivesse
Sofro, me
cosumo, me ateio a luz
Assim, alimento
meus brônquios frios
Alma sofrida,
não entendida
O tempo
passou e agora nada mais
Nem eu, nem
você, nem família
E o amor?
Enlouqueço e
com os loucos padeço
Forasteiro,
sei que aqui não existo
Abram os
portões das ruas, das marginais
O mundo me
espera
Quero andar,
correr, voar...
Sentir o
vento que antes vivi
Encontrar o
amor, o sol, o mar e as saias
Mas sou
indigente...
Desisto!
Ao lume
entrego minha alma
Assim, vou...
Fumaças desenhando
vão...
Loucos e
desesperos juntos socorrem-me
Renascido sonho
à vida
Com felicidade,
gozo, cachaça e fumaça natural
E na
calçada, os ônibus passam e me dão náuseas
Percebo que
não sou quem eu era
E sozinho
no novo mundo sonho
E saiu sem
destino, observado os passos
Aprendendo mais
uma vez a viver em sociedade