Cetim
Ela queria só sentir o peso
E sentiu como nunca ...
É que com o peso ela
sentiu a dor
E não era na carne, nem no osso
Nem nas entranhas...
Era na alma e não passava, não cessava
E doía como uma matraca latejante
Triste tilintar de dor que pulsava
Que latejava, que enferrujava
Mas não quebrava e nem tinha fim
Então, lacrimejando, sorriu...
Se maquiou, se penteou, se vestiu
E com o cetim enfeitou seu pescoço
E dormiu sem peso, sem dor...