AS PÉTALAS
AS PÉTALAS
As pétalas que se esvoaçam
Levam todos os sentimentos
Levam a alma, e os demais desejos
De um paraíso que outrora vivido
Ente o sol e as janelas abertas
Das moçoilas que ante-espera
Um príncipe que viria do céu
Caem prantos de lágrimas cinzentas
E o vento se multiplica abundante
Trazendo uma poeira fria, sem cheiro
Que impregna no ser por
completo
Deixando opaca e em lama a alma
E entre os esfregaços mórbidos
De uma ama que já amou
Para limpar uma sujeira tenebrosa
Que por ventura em um corpo pairou
Sorrateiramente iam a desalentos
Os soldados em passos largos
Para as trincheiras dos amores
Libertar a alma prisioneira
Mas os ventos ainda castigam
As pétalas dos sentimentos nobres
Dos desejos verdadeiros
Das vidas que se entrelaçavam
E embebido de um fel gosmento
Eis que se embriagam os sentimentos
Para aliviar uma torrente dor
Que foram nos ares pelas pétalas
Esvoaçando vão, pairando, lentamente
Fixando vão, apavoradamente
Categoricamente vai surgindo o sepulcro
Que jaz uma vida de quem amou